amanhã meu avô e minha avó fazem bodas de ouro - juntos, é bom lembrar.
os dois foram pro altar quando nascia a turma da mônica. e pra mim isso é marcante, embora não faça qualquer diferença para o resto do mundo.
outros poderiam ficar felizes porque se casavam no ano em que o togo se tornava independente da frança, em que portugal criava a freguesia da gafanha do carmo e no ano em que foi adotada a atual bandeira do estados unidos.
mas eu não.
é que eu tenho, de vida, menos da metade do que eles têm de casados. o que é legal pra mim é legal pra pouca gente.
e, pro vô e pra vó, tudo isso pouco importa. talvez eles nem se lembrem das outras coisas que aconteceram em 1960 além do casório.
eu gosto disso.
eu, que costumo enjoar até de mim mesma.
admiro quem divide toda uma vida com outra pessoa e, 50 anos depois, ainda consegue benzer as alianças e trocá-las para renovar os votos.
admiro a família que construíram, mesmo que com uma única filha.
admiro a vida que levam e o cuidado que ainda têm comigo, como se eu continuasse brincando de passar o RG deles nos vãos do carro, fingindo que é um cartão de banco.
hoje eu parei de fazer essas coisas, mas ainda gosto de abrir a porta, sem tocar a campainha, e ver os dois na sala assistindo à tv.
e o melhor de tudo é que é assim desde que nasci. desde a primeira vez em que fui visitá-los. como se nada tivesse acontecido antes disso. antes de 1988. e tanta coisa aconteceu, né?
imagina pra quem mora no togo. quanta mudança!
vô, vó: parabéns!
Um comentário:
Se me emocionei com o texto, imagine eles!
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