e também ali comecei a ter medo dela. foi simultâneo.
não tinha ideia de como suportaria quatro anos - na promessa de uma vida inteira - convivendo com a pauta.
em toda a faculdade sugeri não mais que dez: algumas lapidadas pelos professores, algumas derrubadas, outras que viraram qualquer matéria meia boca.
o que eu achava importante era, na verdade, a maior bobagem do universo. (por quê?)
e a pauta é assim: depende dos olhos de quem vê para existir ou não. ser relevante ou não. sair ou não.
essa é uma coisa que se aprende com o tempo, mas é preciso ficar esperto. lembrar de datas, conversar com as pessoas, prestar a atenção em cada frase e se perguntar a todo momento: "a gente já deu isso?".
se não deu, corre. se deu, o negócio é saber como está a situação agora. e arrumar um lide.
às vezes eu acho que deveria ter esperado um pouco mais para entrar na faculdade. com 17 anos o que eu queria saber mesmo era da geração beat, de música, de cinema, de lost, de friends, de lost e de friends.
entrei sem conhecer o significado de mestrado ou a possibilidade de uma carreira acadêmica e sem dar a devida importância para as pautas.
com 21, quatro anos depois, é que algumas teorias que ouvi começam a me fazer sentido na prática. coisas como: "você vai escrever pra quem lê jornal há mais tempo do que você está viva", ou "não deixe a tartaruga fugir" ou até mesmo "marinááá, presta a atenção" - essa última, aliás, a que mais me assombra, porque quando meu nome vem oxitonizado não é um bom sinal, pode acreditar.
no meio - ou no começo - disso tudo, as pautas. e acho que esse é o tipo de coisa que nunca vai mudar.
(essas são apenas as percepções de uma repórter muito novinha que nada tem a ensinar a ninguém. mas ela também não tem a pretensão disso, não.)
3 comentários:
Que lindo. =]
Não tem nada a ensinar? Vou imprimir isso e distribuir aos jovens bixos indefesos de 17 anos que caem de paraquedas na universidade. No mínimo irá ajudá-los a diminuir um pouco aquela tremedeira que se faz presente em todo primeiro dia de aula.
"o que eu achava importante era, na verdade, a maior bobagem do universo. (por quê?)"
Ehehehe... eis o grande mistério do jornalismo. Compartilho a angústia do seu texto. Sério.
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