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sábado, 25 de setembro de 2010

eu e os livros e o haruki

alguns psicólogos dizem que é resultado de nascer nessa tal geração y, de jovens e crianças alucinados com várias opções de entretenimento ao mesmo tempo. com déficit de atenção. com a necessidade de falar o tempo todo. de levantar da cadeira. de não ficar muito tempo parado.

eu não era assim, mas acho que hoje essa sou eu. e, por isso, eu gosto de ler mais de um livro ao mesmo tempo. alguns mais rápido que outros. depende da história. depende de qual me deixa mais ansiosa pelo final.

engraçado é que, durante a leitura, tudo isso aí de cima - supracitado, se preferirem - muda. fico horas parada e lendo, lendo, lendo...

mas é assim:

quando eu ganho/compro/empresto um livro que eu queria muito ler, eu paro com todos os outros. eu grudo nele. e só. até acabar.
aí eu leio e passo pros meus amigos tudo que eu acho legal. porque, né? eu curto falar.

depoisdelerlerlereugostodeirfalandosobreascoisasqueeugostoporqueeunãoparodefalareeutenhomaniadeconversarprincipalmentesobreascoisasqueeugostomuitoalgunsdizemqueeusouxiitamasquandoeucomeçoafalarsobreascoisasqueeuachomassanãotemmaisvoltaeeufalofalofalofalofaloeacabosendoumacompanhiabemagradávelpratodomundoqueestáemvoltaequerseconcentraremalgumacoisaporquenéeuachoimportantefalaretrocarideiasobretodasascoisasdomundoquesãointeressantes...

(é, eu sei. cansa. por isso, às vezes, escrevo)

quando eu pego um livro novo na mão, eu pego também um lápis. e grifo. grifo tudo que eu acho legal, coisas que eu diria, coisas que eu gostaria de ouvir ou coisas que parecem ter sido escritas para mim.

e daí que esse post não é sobre mim ou sobre minha hiperatividade. é sobre uma coisa que eu li e gostei.



conheci o haruki murakami na faculdade (há MUITO tempo...), apresentado por um amigo. mas essa história eu já contei, né? vamos avançar.

li cinco livros dele. um melhor que o outro. e passo adiante para quem eu acho que merece.

acontece que eu lia "a menina que brincava com fogo", do stieg larsson. um livro nervoso, aliás. mas ganhei "do que eu falo quando eu falo de corrida", do haruki.

aí vamos ao primeiro ponto: lia outro livro quando esse apareceu e tive de parar tudo para começar e terminar (em dois dias) meu presente.

segundo: gostei tanto que estou aqui, falandofalandofalandofalandofalando...

terceiro: grifei tantas coisas (porque nesse livro, é sério, o haruki fala comigo), que copiarei algumas bem importantes:

"perdoem-me por afirmar o óbvio, mas o mundo é feito de todos os tipos de pessoa. outros têm seus próprios valores pelos quais se pautar, e o mesmo é verdadeiro para mim. essas diferenças dão origem a discórdias, e a combinação dessas discórdias pode dar origem a desentendimentos ainda maiores. como resultado, às vezes as pessoas são criticadas injustamente. isso é algo que não precisa nem ser dito. não é nada agradável ser mal compreendido ou criticado; na verdade, é uma experiência dolorosa que magoa profundamente.

à medida que envelheço, contudo, pouco a pouco vou percebendo que esse tipo de sofrimento e mágoa é uma parte necessária da vida. se você pensa a respeito, é precisamente por serem diferentes umas das outras que as pessoas são capazes de criar seus próprios eus independentes. (...) o fato de que eu sou eu e nenhum outro é um dos meus maiores recursos. a mágoa emocional é o preço que a pessoa deve pagar a fim de ser independente.

é nisso que basicamente acredito, e vivi minha vida segundo esse princípio. em determinadas áreas, busquei ativamente a solidão. sobretudo para alguém em minha linha de trabalho, a solidão é, mais ou menos, uma circunstância inevitável. às vezes, porém, esse senso de isolamento, como ácido espirrando de uma garrafa, pode inconscientemente corroer o coração da pessoa e dissolvê-lo. podemos ver isso, ainda, como uma faca de dois gumes. isso me protege, mas ao mesmo tempo me dilacera por dentro. acho que a meu próprio modo tenho consciência desse perigo - provavelmente, por intermédio da experiência"

(MURAKAMI, haruki. do que eu falo quando eu falo de corrida, 2010.)

e vou te falar - só mais - uma coisa: tem que ler isso aí.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um, dois, três, japonês.


No final do mês passado, mais ou menos, descobri - tarde - Haruki Murakami.
No final deste mês, terminei de ler um terceiro livro dele.
Comecei com o último lançado, passei para o mais comentado e terminei com um empréstimo recomendado.
Digo que foram ótimas experiências.

"Após o anoitecer" é sobre duas irmãs: uma dorme em sono profundo há dois meses e a outra vaga pela noite lendo livros e conhecendo pessoas.

"Norwegian Wood" - nome de uma linda música dos Beatles e, não por outro motivo, título do livro - conta a história de Toru, um adolescente que se apaixona pela ex-namorada de seu melhor amigo, que morreu. E vai muito além disso. Passa por diálogos que viajam pela nossa cabeça, mas que nem sempre conseguimos concretizar.
Dá certa depressão, até, a história. Mas a beleza da forma como é contada transforma o livro num vício. E nada há a se fazer, além de ler de novo.

Há uns dias, acabei meu último - por enquanto. "Minha querida Sputnik" é uma história de amor entre Sumire, de 17 anos, e Miu, 22 anos mais velha.

Isso, velha. A.
São duas meninas que se apaixonam na história contada por K., melhor amigo de Sumire.

Gosto de poucas coisas na vida como gostei da forma de Murakami escrever.

Não sou fã, porém, de críticas.

Só de recomendar e passar adiante aquilo que gosto.
E, adiante, posso passar os dois primeiros livros, que comprei, a quem possa interessar.

*Na imagem, o primeiro livro a esquerda é "Minha querida Sputnik", o do meio "Norwegian Wood" e o da direita, "Após o anoitecer".