quinta-feira, 27 de maio de 2010

LOST
























não tenho palavras.

domingo, 23 de maio de 2010

paciência sf (lat patientia)

1. qualidade de paciente
2. virtude de quem suporta males e incômodos sem queixumes nem revolta
3. qualidade de quem espera com calma o que tarda
4. perseverança em continuar um trabalho, apesar de suas dificuldades e demora
5. nome que se dá a vários entretenimentos com cartas de baralho ou com peças recortadas em diversos feitios e tamanhos, que se devem justapor para formar uma determinada estampa
(michaelis)

eu nunca fui muito ansiosa.
não costumo fazer planos. penso no que vou fazer agora. e, como depois é sempre depois, eu deixo pra lá.
mas, por motivo de força maior, tenho aprendido a me planejar um pouco. no mínimo que me é requerido para aquilo que resolvi fazer.
também por motivo de força maior, tenho ficado mais impaciente.
"não, não sei", "não, nunca vou aprender", "será que algum dia vou acertar?".

e, nessas, o tempo passa.
passa e não passo sozinha.
passo distribuindo meus lamentos de "tudo errado" para quem está em volta.

e é por isso que não canso de agradecer a quem é paciente com minha impaciência.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

classe a

- é condomínio?
- não, é loteamento.
- loteamento?
- é, loteamento...mas o que isso quer dizer?

eu quase não sei. e, a essa altura do campeonato, nem importa.

o que importa mesmo é que, no meio de tanta gente, com tanto dinheiro e tantos privilégios, uma cadeira faz toda diferença.
AQUELA cadeira.
a cadeira em que sentei e única que passou à condição de ocupada, dentre as outras mais de 20.
mas aí que ele colocou na cabeça que queria sentar ali.
"preciso assinar um papel, posso sentar aí?", perguntou.
"pode, pode, claro", respondeu minha educação interiorana no interior.

por mais lisonjeiro que tenha sido o fato de minha cadeira ter sido a escolhida, me perguntei por um pequeno tempo o motivo da escolha.

percebi que nos meus 21 anos já tinha me feito a mesma pergunta outras vezes. já tinha ficado sem resposta outras tantas vezes.
já tinha entendido que a vida tem dessas coisas.
já tinha me decepcionado.

(e já tinha percebido o quanto é estúpido insistir nessa ideia)

domingo, 16 de maio de 2010

how to fight loneliness

"how to fight loneliness
smile all the time
shine your teeth to meaningless
and sharpen them with lies

and whatever is going down
will you follow around
that’s how you fight loneliness

you laugh at every joke
drag your blanket blindly
fill your heart with smoke

and the first thing that you want
will be the last thing you’ll ever need
that’s how you fight it

just smile all the time
just smile all the time
just smile all the time
just smile all the time"

(wilco)

sábado, 8 de maio de 2010

sobre seriado, futebol e trabalho

de vez em quando as minhas unhas ficam assim.
elas são fracas, pequenas, sensíveis e zoadas.
zoadas mesmo.
eu roo as unhas.

roo e poderia passar horas me justificando. mas não vou. não sou disso.

de qualquer forma, eu insisto no erro, tentando acertar.
vou à manicure, pago, seguro a ansiedade e mantenho a pose.

só que tem uma história de conservadorismo que não combina com uma outra de mudar de cidade.

não dá para manter o salão de beleza nos finais de semana na cidade 1, principalmente quando você não tem certeza se vai conseguir voltar da cidade 2.
quando a decisão é em cima da hora, você só compra a passagem na cidade 2 na véspera do embarque e não consegue marcar um horário na manicure da cidade 1.
é um deus nos acuda. e a oposição diz que é fácil ser mulher.

pode ser até que eu seja o motivo de tanta complicação.
ok, a culpa é minha.
se a sirene da polícia toca na rua de trás, eu já me rendo.
a culpa é minha.

eu posso, sim, me organizar melhor, arrumar uma manicure na cidade 2, me desapegar da cidade 1 e tudo fica certo, certo?

certo...

...se bem que, enquanto lost, corinthians e pautas existirem, o destino das minhas unhas vai continuar sendo o mesmo.
e não há salão que possa me salvar.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

quando você muda de cidade, o clima é outro, as pessoas são outras e você nem tem certeza do que está fazendo ali.

depois de três meses da mudança, fica mais fácil. você sabe aonde ir, começa a saber com quem falar e tem uma ideia de como a cidade funciona.

depois de três meses, você também já encontrou um lugar pra morar, já tem um celular com o ddd da cidade e fez cadastro na locadora - embora tenha sido um pouco difícil arrumar uma referência com telefone fixo.

depois de três meses você tem menos medos. é verdade.
nem tudo e todos te assustam mais.
(alguns ainda sim. mas me disseram que isso é normal.)

outro dia, chegando no jornal, olhei para a porta e pensei na primeira vez em que passei por ela.
na primeira vez em que toquei o interfone.
e na primeira vez em que pisei numa redação para trabalhar.

pensei no quanto aquela porta me assustava.

pensei que, um tempo depois, meu maior medo era de quem estava lá dentro.

e pensei que, hoje, o que deve me assustar mesmo é quem está do lado de fora.