segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

2010

em 2010 eu perdi meu avô pontepretano. ele saiu do campo antes de o jogo terminar. a partida ainda tá rolando, eu ainda tô aqui, mas ele não. foi a primeira vez que eu perdi alguém que estava bem perto de mim. não vai ser a última, eu sei.

em 2010 eu me mudei de cidade. acho que foi o ano em que mais senti saudade até hoje. não moro mais com meu pai, minha mãe e meu irmão caçula. mas, 226 quilômetros longe de casa, arrumei mais uns dois pais, uma meia dúzia de mães, alguns irmãos mais velhos e uma primaiada aí!

eu criei algumas responsabilidades que não tinha e continuo em falta com algumas: falo demais, rio demais, me mexo demais, viajo demais e repito bobagem demais.

na maioria das vezes, sou do 'demais' mesmo. acho difícil achar um meio termo nas coisas. eu até acho. mas não pra tudo. e não sempre: ou exagero ou faço de menos.

este ano eu dei um pouco de pavor numas festas aí. mas a culpa, lembrem-se, é sempre do que comi e não do que bebi. tem coisa que não cai bem no estômago, sabe? cerveja não é uma delas. pastel sim.

este ano eu tomei uma cacetada de bronca e ainda vou tomar, porque temos aí mais algumas semanas em 2010.
na verdade, ainda tô aprendendo a receber as cachimbadas, porque não era muito acostumada com críticas. hoje elas são mais comuns do que passar calor em ribeirão preto - mas arrisco dizer que me incomodam menos do que as altas temperaturas.

hmmm... que mais? ah, essa é boa (pra chorar): dei um show de apuração e levei quatro furos da mesma história. coisa que vou carregar pro resto da vida. pensei em desistir e voltar pra casa quando isso aconteceu. até agora eu tô por aqui mesmo, né.
vi o paul mccartney, fiz amigos e inimigos, briguei com a minha impaciência - e ela continua aqui.

em 22 anos nunca errei tanto como em 2010. um amigo me disse: 'calma e desencana, porque o jornalismo é a arte de errar muito pra aprender'.
eu acho que ele só quis me tranquilizar. conseguiu.

eu sei que o ano ainda não acabou e que é uma bobagem esse lance de balanço de tudo o que passou. de ver até onde cheguei antes do reveillon.
mas a verdade é que todo mundo faz isso, mesmo que mentalmente.
aposto que você também.

a diferença é que eu tô meio orgulhosa de mim, tal, e queria falar em público.
queria agradecer, de forma quase direta, a todos que me ajudaram nessa mudança aí. porque, se alguma coisa deu certo neste ano, com certeza alguém me ajudou a fazê-la.

obg a tds os envolvidos.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

análise

eu acho que mulher com tpm está para um computador assim como bêbados estão para celulares.

é importante não deixar que se encontrem. senão, dá merda.


ou sai uma postagem tipo essa, assim.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

já era

- pai, que que é aquilo?
e o pai continua a andar, enquanto eu continuo na seção das biografias.

- ô pai, que que éééé?

o pai, andando, diz:
- é um lp, um long play, filho.

...

- que que é um long play, pai?

- é pra ouvir música, filho. é mais antigo, como se fosse um cdzão.

- mas funciona?


funciona. e, de repente, eu percebi que a geração que não sabe o que é disco de vinil já anda, fala, come... e daqui a pouco vai se formar, trabalhar... segura essa, mundo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

"if god had an ipod,

i'd be on his playlist".



problemas com seu ego?

converse com o novo cd do kanye west, my beautiful dark twisted fantasy.

sei lá.
pra quem curte, vai que adianta, né?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

eu ia postar sobre o show do paul,

mas daí eu lembrei da minha insignificância perto dele e desisti.



mas que o negócio foi massa, isso foi.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

planeta terra

tô virando paga-pau, mas não tem como.
eu não consegui ir ao planeta terra por conta do macca (em breve no blog) e da falta de verba mesmo, vamos ser sinceros.

de qualquer forma, sem inveja, ouvi relatos de amigos que estiveram lá e se divertiram como nunca.
um deles escreveu no rock'n'beats sobre o show do mika.

o texto é do nacim. um menino que eu peguei no colo, gente...

nada. ele que me carregou, uma vez, pra subir a escada do laboratório de informática quando torci o tornozelo e tive de andar de muleta pela faculdade.

fora o fato de ter me chamado de gorda e pesada naquele dia, é um bom menino. e o texto tá massa!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

i've got a ticket to ride

essa é pra juventude transviada que tá se preparando pro show do paul mccartney (como eu).

o rock'n'beats fez um tributo muito bacana ao cantor. eles reuniram uma galera da (parte boa da) nova geração da música brasileira e todos gravaram as canções do paul.
achei que ficou massa, mas sou suspeita.

o resultado tá aqui ou aqui:



terça-feira, 16 de novembro de 2010

eu no mcdonald's

aí que eu saí do trabalho e fui jantar.

- boa noite, qual o seu pedido?
- oi moça, eu quero o número 2.
- o quarterão?
- não, não. é que eu preciso usar o banheiro daí mesmo.

brinks, eu não falei isso.
porque, né? chato.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

vai viajar?

de onde você vai sair, quanto você quer gastar e quando pretende ir. você informa tudo isso e o wanderfly te dá as direções.

tudo bem que, com o dinheiro que tenho, ele me disse que só dá pra eu visitar o peru e por, sei lá, dois dias. mas beleza, vale a indicação que me indicaram.

pra quem já ascendeu aí socialmente, fica a dica.


pra quem não (como eu), fica em casa.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

elis s2

"mas sei, que uma dor
assim pungente
não há de ser inutilmente
a esperança...

dança na corda bamba
de sombrinha
e em cada passo
dessa linha
pode se machucar...

azar!
a esperança equilibrista
sabe que o show
de todo artista
tem que continuar..."

(o bêbado e a equilibrista - elis regina)


por quê?

ah, comprei um dvdzinho dela que quase choro de tão bonito.

e por não ter nascido antes, porque, né, família restart.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

dúvidas

eu queria saber quem é o responsável por trazer os lançamentos de livros para ribeirão preto e se o meio de transporte dessa pessoa é uma tartaruga.

grata.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

...

não costumo pedir coisas > gosto, até por vaidade, de saber que posso me virar sozinha > então, quando peço algo a alguém, sei ouvir não e sei também que ninguém tem que me ajudar em nada, apesar de saber que conto com ajuda dos amigos milhares de vezes > moro sozinha, vivo sozinha em uma cidade imensa e aprendi com o tempo a não achar estranho uma recusa > hoje, quando chegar em casa, e entrar ali vou me lembrar de que o texto que seria publicado no lugar deste perdeu um bocado do sentido > agora, choro > mas é choro de mulher, passa logo > vai, Fernanda > vai lá > tem uma van te esperando no térreo.

queria escrever que nem ela, a fernanda d'umbra.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ser pedestre em ribeirão preto

é contar com a sorte, principalmente.
é ter muita atenção e pouca timidez. tem de ousar. mas com cautela.

na maioria dos cruzamentos não há semáforo para pedestres. há para carros.
aí, quem quer atravessar a rua tem de se colocar como um automóvel e raciocinar rapidamente: se fechou aqui, posso passar, mas tenho de parar ali, esperar abrir, pra poder passar ali e parar lá.
assim vai.
deve ser porque é uma cidade de gente rica, onde todo mundo pode comprar seu carrinho com ar-condicionado.

ser um bom pedestre é questão de prática, assim como ser um bom motorista.
inclusive, acho que é possível classificar a maneira como as pessoas passam para o outro lado da calçada. ouquei, digam que sou louca, mas algumas têm o dom para isso. sabem o tempo certo e atravessam como ninguém.
a questão é: aposto que inclusive elas se sentiriam mais confortáveis com um semáforo específico, que desse mais segurança a todo esse processo.

nós, reles pedestres, perdemos espaços para os motoristas (há um tempo, eu sei). e o caso está tão grave, mas tão grave, que temos de respeitá-los mais do que vice-versa.

minha próxima - boa - ideia é grudar um adesivo na testa: "como estou atravessando? (e o número do meu celular embaixo)". vai que ajuda.

em ribeirão, atravessar uma simples rua pode ser um turbilhão de emoções e uma volta pelo centro da cidade é um show de stress. não que dirigir seja mais tranquilo, porque os mesmos motoristas que não respeitam os pedestres são aqueles que também não ligam se cruzaram um sinal vermelho ou invadiram a faixa do lado.

acho que descobri a origem do meu primeiro fio de cabelo branco.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

no twitter

"ter medo é saber que determinada coisa pode dar uma merda danada. ou seja, o medroso é, antes de tudo, um realista."


eu falo, eu faaaaaaaaaalo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

irmão

olha, eu não entendi, só achei bonito.

meu irmão fez um tumblr e eu não sei bem o que isso significa.
sei que entrei e gostei.


esse é o joão: sem braço, no caso, por causa do frio do SWU. (via @nacimwest)

ele é bom com esses lances de tecnologia.
uma coisa que posso atestar, como prova viva: não é de família. mal mando e-mail.

não é porque é meu irmão, não, mas o menino é talentoso. e uma pessoa muito boa.

"isso sim é de família", deve pensar minha mãe.

não contestem, por favor.

domingo, 10 de outubro de 2010

mais um, mais um

não aguento mais esperar.
outro livro pra embucetar congestionar minha leitura, me estressar e me dar mais um cabelo branco. o primeiro nasceu hoje.

mas é que vai ser bom, manja? tem de ser.

o último que li gostei, mas achei médio. o penúltimo foi médio-melhor.
esse vai voltar à glória do natimorto e do cheiro do ralo. senão, pena.

nada me faltará, livro do lourenço mutarelli que será lançado na segunda quinzena deste mês.

tem mais aqui.

(ch)oremos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

indicação de segunda mão

todos os meus amigos são muito talentosos.
cada um de seu jeito.
são tão bons que custo a encontrar meu lugar perto deles.

tem um, chamado nacim, que tem um talento massa, além de ser o nego mais engraçado que conheço (que ele não leia isso): indica bandas muito boas e, acho que por me conhecer, manda algumas que quase nunca têm erro.

hoje ele me apresentou uma banda chamada mumford and sons.
os caras se reuniram em 2007 e gravaram o primeiro cd - e único, até agora - em 2009.
não é inédito e nem de ontem, mas eu ainda não conhecia e gostei bastante.

nacimzão me passou duas músicas, então vou deixá-los com a que achei mejor, little lion man.


Mumford & Sons // Little Lion Man by Stayloose

sábado, 2 de outubro de 2010

acredite na oprah

senhoras e senhores, a melhor série de tv no ar hoje: modern family.

o elenco esteve na oprah na última quarta-feira e vale mais assistir à entrevista do que me ouvir falar sobre a série. eu sou xiita e todo mundo desconfia da minha opinião, porque sabem que exagero sobre o que gosto.

fora que é a oprah, né? mesmo que às vezes ela viaje nos livros que recomenda, tem bem mais crédito do que eu.








viu? se você não acredita em mim, acredite nela.

sábado, 25 de setembro de 2010

eu e os livros e o haruki

alguns psicólogos dizem que é resultado de nascer nessa tal geração y, de jovens e crianças alucinados com várias opções de entretenimento ao mesmo tempo. com déficit de atenção. com a necessidade de falar o tempo todo. de levantar da cadeira. de não ficar muito tempo parado.

eu não era assim, mas acho que hoje essa sou eu. e, por isso, eu gosto de ler mais de um livro ao mesmo tempo. alguns mais rápido que outros. depende da história. depende de qual me deixa mais ansiosa pelo final.

engraçado é que, durante a leitura, tudo isso aí de cima - supracitado, se preferirem - muda. fico horas parada e lendo, lendo, lendo...

mas é assim:

quando eu ganho/compro/empresto um livro que eu queria muito ler, eu paro com todos os outros. eu grudo nele. e só. até acabar.
aí eu leio e passo pros meus amigos tudo que eu acho legal. porque, né? eu curto falar.

depoisdelerlerlereugostodeirfalandosobreascoisasqueeugostoporqueeunãoparodefalareeutenhomaniadeconversarprincipalmentesobreascoisasqueeugostomuitoalgunsdizemqueeusouxiitamasquandoeucomeçoafalarsobreascoisasqueeuachomassanãotemmaisvoltaeeufalofalofalofalofaloeacabosendoumacompanhiabemagradávelpratodomundoqueestáemvoltaequerseconcentraremalgumacoisaporquenéeuachoimportantefalaretrocarideiasobretodasascoisasdomundoquesãointeressantes...

(é, eu sei. cansa. por isso, às vezes, escrevo)

quando eu pego um livro novo na mão, eu pego também um lápis. e grifo. grifo tudo que eu acho legal, coisas que eu diria, coisas que eu gostaria de ouvir ou coisas que parecem ter sido escritas para mim.

e daí que esse post não é sobre mim ou sobre minha hiperatividade. é sobre uma coisa que eu li e gostei.



conheci o haruki murakami na faculdade (há MUITO tempo...), apresentado por um amigo. mas essa história eu já contei, né? vamos avançar.

li cinco livros dele. um melhor que o outro. e passo adiante para quem eu acho que merece.

acontece que eu lia "a menina que brincava com fogo", do stieg larsson. um livro nervoso, aliás. mas ganhei "do que eu falo quando eu falo de corrida", do haruki.

aí vamos ao primeiro ponto: lia outro livro quando esse apareceu e tive de parar tudo para começar e terminar (em dois dias) meu presente.

segundo: gostei tanto que estou aqui, falandofalandofalandofalandofalando...

terceiro: grifei tantas coisas (porque nesse livro, é sério, o haruki fala comigo), que copiarei algumas bem importantes:

"perdoem-me por afirmar o óbvio, mas o mundo é feito de todos os tipos de pessoa. outros têm seus próprios valores pelos quais se pautar, e o mesmo é verdadeiro para mim. essas diferenças dão origem a discórdias, e a combinação dessas discórdias pode dar origem a desentendimentos ainda maiores. como resultado, às vezes as pessoas são criticadas injustamente. isso é algo que não precisa nem ser dito. não é nada agradável ser mal compreendido ou criticado; na verdade, é uma experiência dolorosa que magoa profundamente.

à medida que envelheço, contudo, pouco a pouco vou percebendo que esse tipo de sofrimento e mágoa é uma parte necessária da vida. se você pensa a respeito, é precisamente por serem diferentes umas das outras que as pessoas são capazes de criar seus próprios eus independentes. (...) o fato de que eu sou eu e nenhum outro é um dos meus maiores recursos. a mágoa emocional é o preço que a pessoa deve pagar a fim de ser independente.

é nisso que basicamente acredito, e vivi minha vida segundo esse princípio. em determinadas áreas, busquei ativamente a solidão. sobretudo para alguém em minha linha de trabalho, a solidão é, mais ou menos, uma circunstância inevitável. às vezes, porém, esse senso de isolamento, como ácido espirrando de uma garrafa, pode inconscientemente corroer o coração da pessoa e dissolvê-lo. podemos ver isso, ainda, como uma faca de dois gumes. isso me protege, mas ao mesmo tempo me dilacera por dentro. acho que a meu próprio modo tenho consciência desse perigo - provavelmente, por intermédio da experiência"

(MURAKAMI, haruki. do que eu falo quando eu falo de corrida, 2010.)

e vou te falar - só mais - uma coisa: tem que ler isso aí.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

sou cansativa

(1 membro)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

VÉIO!

morri.

domingo, 19 de setembro de 2010

frases: garotos incríveis


grady: and don't be so goddamn sensitive. who cares what anybody thinks anyway? you want to be a good writer? you want to be a great writer? then stop giving a damn what other people think. most of them haven't thought in years. let me spell it out for you, james. books don't mean anything. not to anybody. not anymore.

(wonder boys, 2000. HANSON, curtis)


tem filmes que eu demoro pra ver mesmo.
esse aí levou dez anos.
vai entender.

obs.: eu não gosto de caps lock. às vezes me perguntam issaê. "por que você não usa letra maiúscula?". porque eu não gosto. porque eu já tenho de usar no mundo, né? se eu escrevo em minúsculas no word, ele vai lá e arruma. se eu escrevo assim em e-mails sérios para os outros, vão pensar que não sei escrever. mas eu sei que está errado. sei que existe letra maiúscula. pra nome próprio, blábláblá.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

sabe o que eu faço?

eu escrevo no meu blog quando quero conversar com alguém.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

frases: paulo francis

“morremos uma vez só. felizmente, porque nascemos diversas. a primeira é a menos dolorosa”.

(FRANCIS, paulo. o afeto que se encerra, 1980)

domingo, 12 de setembro de 2010

televisão e comida

outro dia - há um tempo, é verdade - eu comecei a me perguntar: e se os programas de televisão a que assisto fossem comidas?

cheguei a conclusão de que lost seria comida japonesa, porque não é da primeira vez que você gosta e tem de insistir na tentativa para apreciar.

friends seria doritos. seinfeld também. porque né? não tem erro.

desperate housewives seria torta holandesa: é bom, mas um pedaço. ou dois. comer muito enjoa.

modern family é aquela bolacha bon gouter. dá pra destruir o pacote em uma sentada. e o produto é refinado.

grey's anatomy é sorvete. no pote, porque 90% dos episódios são maior fossa.

os normais é arroz e feijão. brasileiro, bom e indispensável.

ER é chocolate. tenso: você vai engordar ou ganhar espinhas. e o nego vai conseguir ressuscitar o amigo com o desfibrilador no final.

é isso.
e olha que falta faz a tv a cabo.
desatualização 2010.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

frases: mary e max


"the reason i forgive you is because you are not perfect. you are imperfect, and so i am. all humans are imperfect, even the man outside my apartment who litters. when i was young, i wanted to be anybody but myself. dr. bernard hazelhof said if i was on a desert island then i would have to get used to my own company, just me and the coconuts. he said i would have to accept myself, my warts and all, and that we don't get to choose our warts. they are part of us and we have to live with them. we can however choose our friends and i am glad i have chosen you"

(mary and max, 2009. australia. ELLIOT, adam)

a foto é daqui.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

o novo dicionário

definições de palavras quando se mora sozinha (o)
(baseado em fatos reais)

tristeza: é quando você abre o congelador e descobre que comprou panqueca de carne ao invés de frango - porque você não gosta da primeira.

medo: é quando você sai e acha que esqueceu o ferro ligado na tomada.

solidão: é o que você sente quando ouve a festa que o vizinho está dando.

silêncio: é quando esse vizinho ABAIXA o volume.

fome: é o que você sente quando acaba a bolacha água e sal. e o miojo.

felicidade: é quando você abre a geladeira e tem sorvete.

desespero: é quando você quer pedir chinês, mas não tem telefone fixo. nem crédito no celular.

alegria: é ver um filme inteiro sem ninguém pra te interromper.

trampo: lavar o banheiro. e a louça. e a roupa.


em construção - aceito contribuições.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

esta é minha última postagem

quando um ciclo se fecha, outro se abre. e assim pra sempre.
tem horas que chega a hora. simplesmente isso. e você percebe quando acontece. sim. sempre assim.
uns dizem que não, mas eu acho que tem que ver isso aí.

e essa é a minha hora.
é a última postagem.
a última.

não adianta chorar, espernear, se debater, porque vai ser isso mesmo.
a última postagem.

quando eu resolvi abrir este blog, eu sabia que esse dia chegaria.
sei lá, depende de um monte de coisa pra outro monte de coisa acontecer.
mas acho que a principal delas é o tempo.
e, com o tempo, acontece um negócio aqui, outro ali...quando você vê, tomou decisões e passou por inúmeras situações. INÚMERAS. tanto entre as que você imaginava e as que não.

aaah, mas essa eu previ. e como previ!
sim, eu sei, não contavam com minha astúcia.


eu sabia que, hora ou outra, esse dia chegaria.

portanto, esta é minha última postagem.
a última.


com 21 anos.


porque, na próxima, semana que vem, já estarei com 22.


rá!
inté!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

hoje eu cometi suicídio virtual


pelo menos é assim que as pessoas que entendem dessas coisas chamam o que fiz.



é tipo isso: não tenho mais twitter, orkut ou facebook.
e sim, eu sei o quanto é irônico afirmar todas essas coisas por um blog. porque, quer queira, quer não, este é só mais um meio que tenho para divulgar, online, todas as coisas que penso barra faço barra imagino barra acredito. e elas nem são tão importantes assim.

todos os outros "sites de relacionamento" dos quais eu fazia parte serviam como uma forma de contato com os meus amigos. é foda. quando você está longe e não tem telefone fixo, fica difícil ligar sempre. uma twittada aqui, um scrap ali ou escrever no mural de alguém eram as alternativas que me restavam.
mas aí parei para pensar: nunca recebi uma boa notícia sequer por esses sites aí (muito pelo contrário), nunca tinha vontade de responder aos recados e muito menos pique para ler todas as mensagens de horas anteriores.
é, eu tô ficando velha.

eu, que cheguei atrasada em todas as redes. comecei depois de todo mundo. fui fraca, joguei a toalha, bebi leite. e pronto.

é mais ou menos assim: daqui pra frente só e-mail, msn e aqui (por enquanto).
coisas dos idosos da geração y.
vai entender.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

da série: frases que só eu escuto


"se eu soubesse que você lia revista teen, não teria te contratado".

tá no top 10 das mais bem pensadas que já ouvi.


só não sei se a pior parte está antes ou depois da vírgula.



acho que antes, né?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

dia ruim

é assim.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

mera coincidência

era uma vez uma menina que inventou de estudar jornalismo.
no primeiro semestre, com 17 anos, ela teve o professor mais difícil da história dos professores.
chorou, pensou em desistir, mas sobreviveu.

sobreviveu e riu. (e essa combinação virou rotina)

ela ria, e muito, porque seus amigos se fodiam tanto quanto ela. era lei.
a espinafrada vinha dia sim, dia sim. cada hora pra um, às vezes pra todos.
engraçado mesmo é quando é com os outros. mas ali ela aprendeu que podia dar risada quando tomava uns cortes.

enfim, a história não é essa. a história começa quando, uma vez, na primeira matéria da faculdade com esse professor, no primeiro semestre, a menina foi fazer uma pauta sobre jongo. uma apresentação cultural.
a pauta, o texto, a diagramação....tudo foi e voltou pra mesa do mestre um sem número de vezes. e não menos ela consertava e tentava de novo, consertava e tentava de novo, consertava e tentava de novo...

mas, como em toda história há um mas, ela escorregou.
tinha todos os integrantes do grupo, pessoas extras, especialistas, inhéinhéinhé e o professor queria um espectador da apresentação.

foi aí que o marcos peres nasceu.

- olha, vou colocar aqui que um aposentado de 50 anos viu e gostou do negócio. vai chamar marcos peres.
- com z?, perguntou um amigo.
- não, não quero que ele seja parente da carla, a menina respondeu.
- beleza, minha veterinária vai se chamar kátia vieira.

a dupla foi lembrada pela dupla durante os quatro anos de faculdade.
a menina e seu amigo tinham como meta na vida encontrar pessoas reais com esses nomes ou poder repeti-los em alguma ocasião.
ainda não conseguiram, me disseram. mas pararam por ali. nunca mais.

tempos depois, a menina arrumou um emprego. largou essa vida da ficção e resolveu partir pra realidade de fato.
fazia matérias aqui e ali, até que um dia uma delas saiu pouco mais de um mês depois de feita e algumas pessoas não gostaram.
é, isso acontece de vez em quando.

a menina aí sim foi surpreendida com um telefonema.

- olha, a gente rastreou essa personagem e a última consulta dela foi há muito tempo. onde ela foi atendida? onde foi essa foto? porque depois disso melhorou, o atendimento não está mais demorado.

"não está mais demorado". primeiro sinal de que um dia esteve. a moça esperou, coitada e queria falar. não importa se esperou há 10 ou 20 anos. passou por isso e era o que cabia ali. o que a menina acha que cabia. mas ela pode estar errada. vai saber.

o que importa mesmo é o que deixou a menina confortável com toda essa história. ela se sentiu confiante pelo simples fato de que quem lhe deu a entrevista não foi o marcos peres ou a kátia vieira. foi uma pessoa que pode, até, ser rastreada. e foi.

e qualquer semelhança com a realidade...a menina não precisa repetir.



terça-feira, 10 de agosto de 2010

mais buscadas

acabei de entrar num site de notícias de campinas pra dar uma checada em como as coisas andam.
tudo ouquei, tudo legal.

mas resolvi dar uma olhada nas palavras mais pesquisadas...


e aí, vamos montar uma frase com elas?
e é pra fingir que ESTRUPADA existe.

va-len-do!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

constrangimento 2010

aí que começou a eleição. bandeirolas, pessoal segurando faixas nas ruas, entrevistas dos candidatos na tv, debates...e a vergonha.

ah, a vergonha!

eu sou muito tímida, sempre fui. muita gente não acredita, mas é a mais pura verdade.
eu me esforço pra conversar direito com quem não conheço. já com os outros, amigos e aquela convivência diária, é mais fácil. porque quase todos esses já sabem que eu vou ser irônica e fazer piadas sem graça com quase tudo.
o problema é quando as pessoas não sabem que eu faço isso. eu tendo a falar coisas estranhas nos momentos de silêncio ou logo quando sou apresentada pra alguém ou um grupo. tô aprendendo a me segurar, mas ainda é difícil.
chego, falo, ninguém ri, todo mundo se olha, pensam de onde saí, eu viro e vou espalhar o desconforto em algum outro lugar.
é sempre assim.

mas eu descobri uma coisa. descobri que fico mais envergonhada com situações constrangedoras alheias do que com as minhas.
porque as minhas, bem...me conheço há mais de 20 anos e sei mais ou menos como e quando elas surgem.
os outros, não. os outros SEMPRE me surpreendem. e é por isso que todo esse período pré-votação tem me dado vontade de chorar.

eu, claro, não sou grande entendedora da política. sigo formando minha opinião com o que li, vi, leio e vejo.
no final de semana eu conversava com um amigo sobre as últimas eleições. ele me disse que na primeira campanha que rendeu ao lula a vitória, ele estava na faculdade e com todo aquele frisson estudantil.
- bom, eu lembro mais da reeleição - eu disse - porque na primeira eu estava na oitava série, não me ligava muito nessas coisas...
-NA OITAVA? é...você é novinha.

e como se essa frase não fosse recorrente, pensei que, é, sou novinha mesmo.
já li tanto sobre presidentes, eleições, diretas já, debates, manipulação da globo, ditadura, collor, e percebi que diferença mesmo só me fez a eleição do atual presidente.

mas, ó, se continuar esse show de vergonha alheia nas entrevistas, debates e campanhas, vou desistir desta eleição e voltar a ter minha vida de sétima série.

tem que ver isso aí.

domingo, 1 de agosto de 2010

140 toques

meu twitter quebrou faz dois dias e eu não consigo twittar sobre isso.

NERVOOOOOOO!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

...

- meus sentimentos..
- o semblante dele estava bom..
- ele está melhor do que a gente
- como que aconteceu?

eu nunca tinha estado no lado de cá. só no de lá. e descobri o quão desconfortável é tudo isso.
as melhores coisas que tenho recebido desde sexta-feira são abraços. e alguns sinais de que a pessoa está ali pra quando eu precisar. pronto. é isso que basta.

não adianta falar e falar e falar. nessas horas, não há O QUE se diga que melhore a situação. não, não há, não adianta.
inclusive, me deu vontade de sair correndo cada vez que ouvia explanações, teorias e conclusões sobre vida e morte.
nenhuma delas vai me fazer acreditar que é algo natural e que tinha que acontecer mesmo e que é a ordem das coisas e que é isso e aquilo.

vô, não podia ter esperado mais 24 horas? só 24. eu já teria voltado pra casa. teria falado com você horas antes. e não nove dias, por telefone, no seu aniversário.

eu, que me orgulhava de ter meus quatro avós.
numa dessas descobri que existem coisas muito difíceis de entender.
coisas que, sei lá, nunca vou entender. nem que eu viva mil anos. ou mil vidas.

por que tão rápido, vô?
porra.

porra de cidade longe.
porra de 300 quilômetros de distância.
porra de viagem mais longa da minha vida.

a pior de todas.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

foi issaê

hoje, no meu e-mail, não sei como, encontrei meu memorial.
é um texto tão grande e tão chato, que se eu fosse você não leria.
só coloquei aqui para, daqui a seis meses, abrir de novo e perceber que algumas coisas não mudam.

e outras eu não aprendo. de jeito nenhum, eu acho.


"Mais de R$ 38.400,00 gastos. Mais de 2880 horas de aula. Mais de 72 “para de falar”, mais de 26 “ô tranqueira”, mais de 1500 “Marinas” nas aulas. E uns 93 “Marianas”, mas por engano.

Eu, que um dia já entendi melhor os números, hoje penso nesses – que devem ter uma margem de erro - em meio a pirâmides invertidas e queda do diploma.

Não lembro exatamente quando decidi que faria jornalismo. Sei que foi antes de entrar no colegial. Sétima, oitava série.
Minha família nunca foi contra. Nunca me disseram o que eu deveria escolher para seguir, teoricamente, pelo resto da minha vida. Me deixaram tentar o que eu quisesse. Mas talvez soubessem o que viria pela frente.
Prestei porque dizia que gostava de escrever, de falar e de ler.
- É, mas não é suficiente. Tem muito mais do que isso... – ouvi.
Muito mais. Eu acho que até sabia uma parte. E entrei na Faculdade com uma visão romântica do mundo. E do jornalismo. Não olhava a cidade procurando uma pauta. Via um mundo cor-de-rosa com alguns problemas. E queria mudá-lo. Achei que o jornalismo me ajudaria. É como disseram os Beatles, “we all want to change the world”.
Eu também queria mudar o mundo.

Mal sabia de linhas editoriais, de interesses publicitários ou de “dead line”. Mal sabia que apareceriam juntos, como uma tropa fortemente armada, prontos pra me derrubar!
Descobri aos poucos. E começo a entender como funciona.

No primeiro semestre de faculdade tive o primeiro contato com o lide. Aos trancos e barrancos, aprendi a lidar com ele. Lide com o lide, podia ser a primeira matéria da faculdade. E foi. Mas com um nome “mais acadêmico”: Introdução ao Jornalismo Impresso.
Ali eu pude perceber que, de fato, jornalismo não é só ler e escrever. É, principalmente, entender. Mesmo que nada haja de muito complexo em uma apresentação de jongo. Se você não entende, não escreve. E ninguém lê.
Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece. E eu me lembro de cada passo naquele dia em que fiz a minha primeira matéria. Escrevi, reescrevi, reescrevi... E ainda assim ela não ficou boa. Mas nem eu esperava que ficasse.

Da minha primeira matéria para a última, muito passou. Entrei com 17, saio com 21.
Já fui chamada de desorientada, desnorteada, infantil, e até de Mariana. Cheguei a ouvir, no meio de tudo isso, que tinha amadurecido. E posso dizer que, de fato, mudei muito do primeiro para o último ano. Apesar dos pesares.
Em meio às incertezas do diploma e do futuro, até pensar em prestar vestibular de novo eu pensei. O que restou da tentativa foi a insistência no jornalismo. Além de pedir pro Ministério da Educação o dinheiro da inscrição do meu Enem de volta.

Posso dizer, também, que fiz muitas descobertas durante os quatro anos de Pucc. Do começo ao fim. No penúltimo semestre ainda consegui ter aula com quem eu nunca tinha visto pela universidade. Encontrei pessoas que me fizeram a diferença. Trabalhei. Ouvi teorias e mais teorias. Comentários e mais comentários. Li livros. Jack Kerouac, Haruki Murakami, Otto Groth, Chaparro, Edvaldo Pereira Lima, Cremilda Medina, Gabriel Priolli, García Márquez, Marshall McLuhan. Vi filmes. Quentin Tarantino, Eduardo Coutinho, Ingmar Bergman, os irmãos Cohen, Orson Welles, Charlie Kaufman, Fernando Meirelles.
Tantos nomes que rodearam a minha cabeça, que entraram aos poucos e que disputam espaço.

Se fosse para fazer de novo, faria. Exatamente como fiz. E-xa-ta-men-te. Com tudo o que disse, não disse, ouvi, não ouvi, fiz, não fiz e até com os problemas “políticos”. Não descarto qualquer experiência dos meus quatro anos de faculdade. É claro que não foi uma passagem perfeita. Foi cheia de defeitos e escorregadas. Mas, ainda assim, e por mais clichê que seja, foram os melhores anos dos meus 21.

Eu sei que não vou casar com o Selton Mello, trabalhar no The New York Times e entrevistar o José Saramago.
E é pra não me frustrar com as expectativas, que não faço muitos planos, contrariando a astrologia e os virginianos organizados. Prefiro pensar no futuro a curto prazo. E fazer uma coisa de cada vez.
No momento, minha meta é finalizar a faculdade.
E a única certeza seguinte é que a fiz para me tornar jornalista.
Não pretendo pendurar meu diploma na parede e seguir por um caminho completamente diferente.

É verdade que não sei o que vou almoçar amanhã, quanto mais o que de fato vai acontecer com a minha vida profissional nos próximos anos.
Mas, até onde eu puder guiar, será em direção ao jornalismo.

novembro/09"

domingo, 18 de julho de 2010

50

amanhã meu avô e minha avó fazem bodas de ouro - juntos, é bom lembrar.

os dois foram pro altar quando nascia a turma da mônica. e pra mim isso é marcante, embora não faça qualquer diferença para o resto do mundo.
outros poderiam ficar felizes porque se casavam no ano em que o togo se tornava independente da frança, em que portugal criava a freguesia da gafanha do carmo e no ano em que foi adotada a atual bandeira do estados unidos.
mas eu não.
é que eu tenho, de vida, menos da metade do que eles têm de casados. o que é legal pra mim é legal pra pouca gente.
e, pro vô e pra vó, tudo isso pouco importa. talvez eles nem se lembrem das outras coisas que aconteceram em 1960 além do casório.

eu gosto disso.
eu, que costumo enjoar até de mim mesma.

admiro quem divide toda uma vida com outra pessoa e, 50 anos depois, ainda consegue benzer as alianças e trocá-las para renovar os votos.
admiro a família que construíram, mesmo que com uma única filha.
admiro a vida que levam e o cuidado que ainda têm comigo, como se eu continuasse brincando de passar o RG deles nos vãos do carro, fingindo que é um cartão de banco.

hoje eu parei de fazer essas coisas, mas ainda gosto de abrir a porta, sem tocar a campainha, e ver os dois na sala assistindo à tv.
e o melhor de tudo é que é assim desde que nasci. desde a primeira vez em que fui visitá-los. como se nada tivesse acontecido antes disso. antes de 1988. e tanta coisa aconteceu, né?
imagina pra quem mora no togo. quanta mudança!

vô, vó: parabéns!

terça-feira, 13 de julho de 2010

é pauta, é pedra, é o fim do caminho

lá nos idos do RA 06 conheci essa palavra. pauta.
e também ali comecei a ter medo dela. foi simultâneo.
não tinha ideia de como suportaria quatro anos - na promessa de uma vida inteira - convivendo com a pauta.
em toda a faculdade sugeri não mais que dez: algumas lapidadas pelos professores, algumas derrubadas, outras que viraram qualquer matéria meia boca.
o que eu achava importante era, na verdade, a maior bobagem do universo. (por quê?)
e a pauta é assim: depende dos olhos de quem vê para existir ou não. ser relevante ou não. sair ou não.
essa é uma coisa que se aprende com o tempo, mas é preciso ficar esperto. lembrar de datas, conversar com as pessoas, prestar a atenção em cada frase e se perguntar a todo momento: "a gente já deu isso?".
se não deu, corre. se deu, o negócio é saber como está a situação agora. e arrumar um lide.

às vezes eu acho que deveria ter esperado um pouco mais para entrar na faculdade. com 17 anos o que eu queria saber mesmo era da geração beat, de música, de cinema, de lost, de friends, de lost e de friends.
entrei sem conhecer o significado de mestrado ou a possibilidade de uma carreira acadêmica e sem dar a devida importância para as pautas.

com 21, quatro anos depois, é que algumas teorias que ouvi começam a me fazer sentido na prática. coisas como: "você vai escrever pra quem lê jornal há mais tempo do que você está viva", ou "não deixe a tartaruga fugir" ou até mesmo "marinááá, presta a atenção" - essa última, aliás, a que mais me assombra, porque quando meu nome vem oxitonizado não é um bom sinal, pode acreditar.

no meio - ou no começo - disso tudo, as pautas. e acho que esse é o tipo de coisa que nunca vai mudar.

(essas são apenas as percepções de uma repórter muito novinha que nada tem a ensinar a ninguém. mas ela também não tem a pretensão disso, não.)

domingo, 11 de julho de 2010

tempo

hoje eu contei.
eu diria que cheguei ontem, mas faz 152 dias que estou aqui.

dias bons e ruins.
mais bons.
menos ruins.

muito diferentes.

parece que o tempo passa mais rápido em ribeirão preto do que nos outros lugares.
pra você ter uma ideia, eu pisquei e amanhã já é segunda-feira!

terça-feira, 6 de julho de 2010




e não é?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

sobre voar com gilberto gil


é normal, viu?
de repente vocês estão na mesma sala de embarque, no mesmo avião, no mesmo ônibus que vai para o aeroporto...

só uma coisa é diferente - e confortante: o gilberto gil nunca vai morrer na queda de um avião que vai de porto seguro a campinas. NUNCA.
consequentemente, nesse voo, nem você.

domingo, 27 de junho de 2010

(agora sim) não sei

toda semana a gente entregava um texto diferente, sobre uma entrevista diferente, pra um mesmo professor da faculdade.

os zoados, zoados MESMO, iam pro projetor. com as piores partes em vermelho. e os comentários não menos ruins.
o meu foi quando eu resolvi encaixar a palavra caldeirão em um lide sobre o futuro do jornalismo - o professor nem curtiu a inovação, mas ficou massa, viu?
enfim, toda semana a gente recebia o texto da aula anterior corrigido. sempre um desespero. ou uma piada.
um amigo recebeu a correção.
embaixo do texto dele, só um comentário: TUDO ERRADO.
isso.
os dias se passavam e a gente tentava descobrir o motivo daquela observação.
naquela altura do campeonato, como outras coisas também não iam bem, falei: "pô, mano, eu acho que ele não quis falar só do seu texto. quis falar da vida".

pensando assim, às vezes dá vontade de escrever TUDO ERRADO embaixo de muitas outras coisas.
em baixo de mim, por exemplo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

rei

(foto minha mesmo, que mostra meu talento NATO pra fotografia)

- eu fui ao show do rei!
- mas você não é muito novinha pra gostar de roberto carlos, não?

não, eu não sou.
pra trabalhar, pagar aluguel, fazer compras, levar multa, ninguém pergunta se eu sou muito novinha.
inclusive, se eu pudesse, seria muito novinha pra todas essas coisas aí. menos para o rei.
ninguém estranharia eu gostar de jota quest, estranharia? nem se eu estivesse cantando a versão de 'além do horizonte' que eles fizeram. aliás, gosto menos dela do que da original. e menos deles do que do robertão.
porque quando a gente começa a ter noção das coisas da vida, idade passa a não ter nada a ver com gosto. ou com atitudes. é uma simples desculpa pra tudo o que a gente faz.

ass.: eu, com 21.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

saudade

se eu pudesse, faria assim: colocaria todo mundo que eu gosto dentro de uma bolsa e levaria pra lá e pra cá.

mas, principalmente, ficaria com ela em casa. o tempo todo. porque é aí que mora o perigo.
é aí que só o roberto bolaño, o tom wolfe, o garcia márquez e o gay talese podem te salvar. que só o woody allen, o almodóvar, o ang lee e os normais mostram que há um fiozinho de esperança pra solidão.

"nunca fique na sua casa. saia o tempo todo", me aconselhou um amigo quando eu disse que ia morar sozinha.

é uma boa dica. talvez a melhor.

terça-feira, 15 de junho de 2010

uma da copa

aí que eu fui cobrir a greve, não tinha nenhum adereço da copa, vi uma banca de revista toda decorada. fui lá, né?

- moço, quanto tá a bandeira?
- ih, moça, são meus enfeites. elas não tão à venda.
- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah....

ele tira uma, me dá e diz:
- um real.
eu compro.

porque, dizem, tudo no mundo é negócio.

ou, também dizem, eu preciso crescer.

e agora a bandeira tem que ficar do lado da televisão. ali deu sorte.

domingo, 13 de junho de 2010

waking life


"the ride does not require an explanation. just occupants. that's where you guys come in. it's like you come onto this planet with a crayon box. now, you may get the 8-pack, you may get the 16-pack. but it's all in what you do with the crayons, the colors that you're given. and don't worry about drawing within the lines or coloring outside the lines. i say color outside the lines. you know what i mean? color right off the page. don't box me in. we're in motion to the ocean. we are not landlocked, i'll tell ya that. so where do you want out?"

(2001, waking life - LINKLATER, richard)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

genial



indicado pelo dono daqui.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

sobre videogame



quando fica ruim pra um, fica ruim pra todo mundo.

só não sei se fica ruim pra um porque tá ruim pra todo mundo ou se fica ruim pra todo mundo porque tá ruim pra um. ainda tô pensando nisso.

lembro de uma vez que um amigo terminou o namoro e disse que três amigos também tinham terminado naquela época.

lembro que quando alguém dançava na faculdade era questão de dias para o resto seguir o passo.

percebi que as pessoas não precisam nem estar perto pra que isso aconteça. por telefone, com quilômetros de distância, dá pra perceber.

deve ser a época. deve existir uma semana no mundo em que nada dá certo pra algumas pessoas. depois, na outra semana, mais gente. e assim por diante. até fechar o ciclo.
mas fecha.

e a semana acaba como se fosse a pista e a vida um mario kart.
às vezes vão jogar uma banana no asfalto. e você tem que desviar, senão escorrega.
às vezes vão jogar o casco vermelho, que vai te perseguir. e aí, não tem como escapar.
às vezes vão jogar o casco verde, que não tem destino certo - esse pega em qualquer um.

mas uma hora ou outra sempre sai um cogumelo. ou a estrela.
aí muda a musiquinha, a velocidade e a posição na corrida.

e, às vezes, até dá pódio.

sábado, 5 de junho de 2010

onde vivem os monstros


douglas: will you keep out all the sadness?
max: i have a sadness shield that keeps out all the sadness, and it's big enough for all of us.

(where the wild things are - JONZE, spike - 2009)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

LOST
























não tenho palavras.

domingo, 23 de maio de 2010

paciência sf (lat patientia)

1. qualidade de paciente
2. virtude de quem suporta males e incômodos sem queixumes nem revolta
3. qualidade de quem espera com calma o que tarda
4. perseverança em continuar um trabalho, apesar de suas dificuldades e demora
5. nome que se dá a vários entretenimentos com cartas de baralho ou com peças recortadas em diversos feitios e tamanhos, que se devem justapor para formar uma determinada estampa
(michaelis)

eu nunca fui muito ansiosa.
não costumo fazer planos. penso no que vou fazer agora. e, como depois é sempre depois, eu deixo pra lá.
mas, por motivo de força maior, tenho aprendido a me planejar um pouco. no mínimo que me é requerido para aquilo que resolvi fazer.
também por motivo de força maior, tenho ficado mais impaciente.
"não, não sei", "não, nunca vou aprender", "será que algum dia vou acertar?".

e, nessas, o tempo passa.
passa e não passo sozinha.
passo distribuindo meus lamentos de "tudo errado" para quem está em volta.

e é por isso que não canso de agradecer a quem é paciente com minha impaciência.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

classe a

- é condomínio?
- não, é loteamento.
- loteamento?
- é, loteamento...mas o que isso quer dizer?

eu quase não sei. e, a essa altura do campeonato, nem importa.

o que importa mesmo é que, no meio de tanta gente, com tanto dinheiro e tantos privilégios, uma cadeira faz toda diferença.
AQUELA cadeira.
a cadeira em que sentei e única que passou à condição de ocupada, dentre as outras mais de 20.
mas aí que ele colocou na cabeça que queria sentar ali.
"preciso assinar um papel, posso sentar aí?", perguntou.
"pode, pode, claro", respondeu minha educação interiorana no interior.

por mais lisonjeiro que tenha sido o fato de minha cadeira ter sido a escolhida, me perguntei por um pequeno tempo o motivo da escolha.

percebi que nos meus 21 anos já tinha me feito a mesma pergunta outras vezes. já tinha ficado sem resposta outras tantas vezes.
já tinha entendido que a vida tem dessas coisas.
já tinha me decepcionado.

(e já tinha percebido o quanto é estúpido insistir nessa ideia)

domingo, 16 de maio de 2010

how to fight loneliness

"how to fight loneliness
smile all the time
shine your teeth to meaningless
and sharpen them with lies

and whatever is going down
will you follow around
that’s how you fight loneliness

you laugh at every joke
drag your blanket blindly
fill your heart with smoke

and the first thing that you want
will be the last thing you’ll ever need
that’s how you fight it

just smile all the time
just smile all the time
just smile all the time
just smile all the time"

(wilco)

sábado, 8 de maio de 2010

sobre seriado, futebol e trabalho

de vez em quando as minhas unhas ficam assim.
elas são fracas, pequenas, sensíveis e zoadas.
zoadas mesmo.
eu roo as unhas.

roo e poderia passar horas me justificando. mas não vou. não sou disso.

de qualquer forma, eu insisto no erro, tentando acertar.
vou à manicure, pago, seguro a ansiedade e mantenho a pose.

só que tem uma história de conservadorismo que não combina com uma outra de mudar de cidade.

não dá para manter o salão de beleza nos finais de semana na cidade 1, principalmente quando você não tem certeza se vai conseguir voltar da cidade 2.
quando a decisão é em cima da hora, você só compra a passagem na cidade 2 na véspera do embarque e não consegue marcar um horário na manicure da cidade 1.
é um deus nos acuda. e a oposição diz que é fácil ser mulher.

pode ser até que eu seja o motivo de tanta complicação.
ok, a culpa é minha.
se a sirene da polícia toca na rua de trás, eu já me rendo.
a culpa é minha.

eu posso, sim, me organizar melhor, arrumar uma manicure na cidade 2, me desapegar da cidade 1 e tudo fica certo, certo?

certo...

...se bem que, enquanto lost, corinthians e pautas existirem, o destino das minhas unhas vai continuar sendo o mesmo.
e não há salão que possa me salvar.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

quando você muda de cidade, o clima é outro, as pessoas são outras e você nem tem certeza do que está fazendo ali.

depois de três meses da mudança, fica mais fácil. você sabe aonde ir, começa a saber com quem falar e tem uma ideia de como a cidade funciona.

depois de três meses, você também já encontrou um lugar pra morar, já tem um celular com o ddd da cidade e fez cadastro na locadora - embora tenha sido um pouco difícil arrumar uma referência com telefone fixo.

depois de três meses você tem menos medos. é verdade.
nem tudo e todos te assustam mais.
(alguns ainda sim. mas me disseram que isso é normal.)

outro dia, chegando no jornal, olhei para a porta e pensei na primeira vez em que passei por ela.
na primeira vez em que toquei o interfone.
e na primeira vez em que pisei numa redação para trabalhar.

pensei no quanto aquela porta me assustava.

pensei que, um tempo depois, meu maior medo era de quem estava lá dentro.

e pensei que, hoje, o que deve me assustar mesmo é quem está do lado de fora.

segunda-feira, 19 de abril de 2010




segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Sou livre, penso. Fecho os olhos e considero por instantes a ideia de liberdade. Não consigo entender direito o que significa ser livre. Entendo apenas que, neste momento, estou sozinho. Estou sozinho em terra estranha. Como um explorador que perdeu bússola e mapa. Ser livre é isso? Não sei. Desisto de pensar."

(Kafka à beira-mar, de Haruki Murakami, p.58)

domingo, 11 de abril de 2010

eu nunca me vesti bem. ou, pelo menos, não ligo pra isso. pro conceito. pro "vestir bem".
é claro que ninguém sai de casa com uma roupa achando que ela é feia.
ninguém compra uma roupa porque ela é feia.
compram - e compro -, às vezes, porque ela é estranha. porque é diferente. só.

estudei em um colégio onde não ter um tênis nike me fez pior - para alguns outros.
estudei em uma faculdade onde não ter um tênis nike me fez melhor - para alguns outros.

não costumo usar salto, maquiagem, roupas de marca ou acessórios chamativos.
uso, sim, uma calça de joaninhas, papete e uma camiseta laranja do willy wonka.

assisti hoje à "coco antes de chanel". o primeiro filme que aluguei com meu novo cadastro em uma nova cidade.

ela odiava domingos.
hoje é domingo.

ela se vestia como um homem. simples. sem exageros.
eu me visto como um homem. simples. sem exageros.

tem certos filmes que caem como uma luva.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Este é meu novo "about me" do Orkut.
Posto aqui porque diz um pouco sobre mim. E só, mesmo.

Em outras palavras, esta sou eu, este é meu blog e estou só tirando a poeira.


Às vezes parece que eu tenho 12 anos. Às vezes parece que eu tenho 30. Nunca parece que eu tenho 21.

Quando como alguma coisa que eu gosto, digo que sobreviveria só daquilo. É mentira.
Marco no calendário os dias em que tenho enxaqueca, na esperança de descobrir uma sequência.
Eu falo de roupas e esmalte enquanto assisto a um jogo de futebol.
Eu como, bebo, leio e vejo filmes. Mas não é só isso. Às vezes eu vejo filmes, leio, bebo e como.
Já odiei McDonalds e refrigerante. Hoje peço um Big Mac com uma Coca.
Quando vou a um restaurante japonês, dou orgulho pra mesa.
Adoro assistir a programas de TV ruins. Bem ruins. Horríveis. E dar risada.
Não sei o que vou fazer no dia em que Lost acabar. Não sei mesmo.
Gosto de beber cerveja. De sentar num bar e beber. E rir.
Gosto de falar com as pessoas, mas também gosto de ficar quieta.
Sou culpada e acho sempre que estou errada.
Também não crio expectativa.
Tenho poucos amigos. Pouquíssimos. Mas bons. Boníssimos.
Odeio a palavra "networking". Odeio.
Não ligo pra roupas, sapatos e maquiagem. Não sou hippie. Não sou nada.
Faço mais piada do que deveria. Eu sei.

E essa foi só mais uma delas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

pela última vez, vai voltar todo meu stress.
vou te contar como será minha quarta-feira.

vou acordar e entrar no orkut, desesperadamente, procurando links para o primeiro episódio da última temporada de LOST.
é o primeiro. é duplo. a internet estará congestionada.

por consequência, todos os links que eu encontrar demorarão para abrir. uma vez abertos, mostrarão uma mensagem dizendo que está expirado.
quando, depois de duas horas de stress e irritação, eu encontrar um link que funcione, o download levará A VIDA. A VIDA.

sem contar elementos surpresas, como acabar a energia, eu puxar um episódio corrompido ou dar um tiro no computador, o processo todo já tomará conta do meu dia inteiro. inclusive psicologicamente. desgaste mental.

mas aí você vê isso...


...e se pergunta: NÃO VALE A PENA????

VALE!!!!!

(créditos do vídeo daqui)

ps.: como dou um SHOW de webdesign, não sei acertar o vídeo na tela. mais fácil clicar nele e ver direto no youtube!

sábado, 9 de janeiro de 2010

tem nego que entra aqui enquanto trabalha.
e o nego gosta de dar risada do que está escrito - mesmo quando não tem a menor graça.

aí, nego, pra você:
(porque só sei contar essa piada)

um pintinho chamado RELAM tinha medo de chuva. cada vez que chovia, RELAM piava.


só que daí, nego, um dia, contando essa piada pra outro nego, eu disse que ia inventar uma.
e inventei. na hora.
ria aí - mesmo não tendo a menor graça.

meu amigo XÔ adorava ver nuvens carregadas no céu. e, quando o céu estava assim, XÔ via.

fecham-se as cortinas.
ainda bem que você não pagou ingresso.