é contar com a sorte, principalmente.
é ter muita atenção e pouca timidez. tem de ousar. mas com cautela.
na maioria dos cruzamentos não há semáforo para pedestres. há para carros.
aí, quem quer atravessar a rua tem de se colocar como um automóvel e raciocinar rapidamente: se fechou aqui, posso passar, mas tenho de parar ali, esperar abrir, pra poder passar ali e parar lá.
assim vai.
deve ser porque é uma cidade de gente rica, onde todo mundo pode comprar seu carrinho com ar-condicionado.
ser um bom pedestre é questão de prática, assim como ser um bom motorista.
inclusive, acho que é possível classificar a maneira como as pessoas passam para o outro lado da calçada. ouquei, digam que sou louca, mas algumas têm o dom para isso. sabem o tempo certo e atravessam como ninguém.
a questão é: aposto que inclusive elas se sentiriam mais confortáveis com um semáforo específico, que desse mais segurança a todo esse processo.
nós, reles pedestres, perdemos espaços para os motoristas (há um tempo, eu sei). e o caso está tão grave, mas tão grave, que temos de respeitá-los mais do que vice-versa.
minha próxima - boa - ideia é grudar um adesivo na testa: "como estou atravessando? (e o número do meu celular embaixo)". vai que ajuda.
em ribeirão, atravessar uma simples rua pode ser um turbilhão de emoções e uma volta pelo centro da cidade é um show de stress. não que dirigir seja mais tranquilo, porque os mesmos motoristas que não respeitam os pedestres são aqueles que também não ligam se cruzaram um sinal vermelho ou invadiram a faixa do lado.
acho que descobri a origem do meu primeiro fio de cabelo branco.