sexta-feira, 18 de junho de 2010

saudade

se eu pudesse, faria assim: colocaria todo mundo que eu gosto dentro de uma bolsa e levaria pra lá e pra cá.

mas, principalmente, ficaria com ela em casa. o tempo todo. porque é aí que mora o perigo.
é aí que só o roberto bolaño, o tom wolfe, o garcia márquez e o gay talese podem te salvar. que só o woody allen, o almodóvar, o ang lee e os normais mostram que há um fiozinho de esperança pra solidão.

"nunca fique na sua casa. saia o tempo todo", me aconselhou um amigo quando eu disse que ia morar sozinha.

é uma boa dica. talvez a melhor.

2 comentários:

Maria Fernanda Ribeiro disse...

Eu gosto da solidão. Aprendi a conviver com ela há mais tempo do que você, não só por morar sozinha há mais tempo. Quando já se mudou tanto de cidade quanto eu, a solidão é ainda mais avassaladora porque a gente deixa um pouco por cada canto que passa e a cada cidade que chega você está um pouco mais sozinha. Hoje, gosto da solidão, mesmo quando ela é obrigatória e não opcional. Se o Robertão tocar As Curvas da Estrada de Santos me liga que essa é a que eu mais gosto. E quando for sair de casa para seguir o conselho do seu amigo, a minha casa pode ficar próxima da sua se quiser.

Gabriela Yamada disse...

Engraçado que estar só é uma das coisas que mais sinto falta, depois que voltei a morar com meus pais. Claro que existe diferença entre "solidão" e "estar só" - a primeira sempre me dói. E olha que muitas vezes a sinto mesmo agora, convivendo com a família Buscapé.
Talvez por isso, nessas férias, o que mais me deixa em paz são as tardes onde a casa fica completamente vazia e eu posso ouvir Madeleine Peyroux com um pouco daquela melancolia típica que todo mundo tem guardada.
Minhas melhores amigas moram fora do País e por um bom tempo achei que nunca mais faria novos melhores amigos de novo. Bobagem. Gosto de estar perto das pessoas pelo melhor que elas têm. Por isso, Maranha, mesmo que você não queira, estarei sempre perto de você.

*

Isso foi quase um testimonial. :P