quinta-feira, 6 de maio de 2010

quando você muda de cidade, o clima é outro, as pessoas são outras e você nem tem certeza do que está fazendo ali.

depois de três meses da mudança, fica mais fácil. você sabe aonde ir, começa a saber com quem falar e tem uma ideia de como a cidade funciona.

depois de três meses, você também já encontrou um lugar pra morar, já tem um celular com o ddd da cidade e fez cadastro na locadora - embora tenha sido um pouco difícil arrumar uma referência com telefone fixo.

depois de três meses você tem menos medos. é verdade.
nem tudo e todos te assustam mais.
(alguns ainda sim. mas me disseram que isso é normal.)

outro dia, chegando no jornal, olhei para a porta e pensei na primeira vez em que passei por ela.
na primeira vez em que toquei o interfone.
e na primeira vez em que pisei numa redação para trabalhar.

pensei no quanto aquela porta me assustava.

pensei que, um tempo depois, meu maior medo era de quem estava lá dentro.

e pensei que, hoje, o que deve me assustar mesmo é quem está do lado de fora.

3 comentários:

Gabriela Yamada disse...

Ainda é bom ter medo da Raíssa.
Porque ela é sempre culpada de tudo.

:P

Fazia tempo que não entrava alguém tão "nervous" na Gazeta.
É, confesso que gosto de vc, Maranha.
Só não fica pendurada no meu telefone muito tempo, ok? hahaha

Bjo!

Unknown disse...

Três meses já? Meu Deus, daqui a pouco já está fazendo um ano! =]

Juliana Damante disse...

Não sei pq meus olhos ficaram cheios de lágrima quando li esse post. A minha sensação, de vc descrevendo a cena de sua nova vida, me fez lembrar da primeira vez que entrei pela porta daquela redação da rádio e vi vc ali sentada. Falei "oi" pro novo estagiário, e "oi" pra nova estagiária. "Oi", respondeu ela com um sorriso no rosto e um olhar bem tímido. Aí fiquei com aquilo na cabeça. "Essa menina é bacana", pensei. Aí tudo fluiu tão rápido e a sintonia de amizade foi tanta que o tempo passou. Acho que um ano levou para frente minhas transformações e agora as suas. Quando ouço um cd chamado "Winê", original como o Bauru, me traz um cheiro de saudade da época em que vivíamos mais sousas-centro-castelo. Sei que tudo passou, mas sinto que minha 'irmã' mais nova tá aí, no mundo. Um sentimento ridículo de 'irmã' mais velha. Mas só sei que tudo tá aqui, guardado, esperando sempre notícias do mundo novo.